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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Ilusões de Optica
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
sábado, 17 de novembro de 2012
Poema de Amor Matemático
A poesia gozava de prestígio nas diferentes camadas sociais do império e os cientistas não tardaram a se interessar por ela, como objeto de estudo e como meio de expressão ou instrumento pedagógico.
Esse bilhete amoroso sob forma de um enigma versificado está no fim de uma
epístola extremamente séria do não menos sério matemático de Marrakech (Cidade
do sudoeste de Marrocos), Ibn Al-Banna:
Um sétimo é oferecido para a rosa de suas bochechas.
Um sétimo e a metade de um sétimo e o quarto,
Pela recusa de um desejo insatisfeito.
Um sétimo e um sexto de um quarto são a parte dos seios bem redondos
Que me recusaram ao pecado do meu abraço e me empurraram
O resto, que está em cinco partes, e pelas palavras dela,
Que estancariam minha sede se tivesse sido escutadas.
Se considerarmos x o coração inteiro, podemos equacionar este poema da seguinte forma:
Resolvendo a equação em x, obtemos:
![[clip_image004[3].gif]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTrBauW7h824uB9115d6VRCcMorJ_w-Lo9vQAyIf94-b7Aj9pDJ6OvMzslXzYtNB-ndhxOaMjLNTiVyFmEBj6aJA5ZMa_sIqcmlwLmI2J5QUS-L1glAfZiTDCB0uuzsDaqtQPB893oqjFj/s1600/clip_image004%5B3%5D.gif)
Referências:
[1] Scientific American – Edição Especial Nº11 - Etnomatemática
A ORIGEM DOS NÚMEROS NEGATIVOS
O número é um conceito fundamental em Matemática que tomou
forma num longo desenvolvimento histórico. A origem e formulação deste conceito
ocorreu simultaneamente com o despontar, entenda-se nascimento, e
desenvolvimento da Matemática. As atividades práticas do homem, por um lado, e
as exigências internas da Matemática por outro determinaram o desenvolvimento
do conceito de número. A necessidade de contar objetos levou ao aparecimento do
conceito de número Natural.
Todas as nações que desenvolveram formas de escrita introduziram o conceito de
número Natural e desenvolveram um sistema de contagem. O desenvolvimento
subsequente do conceito de número prosseguiu principalmente devido ao próprio
desenvolvimento da Matemática. Os números negativos aparecem pela primeira vez
na China antiga. Os chineses estavam acostumados a calcular com duas coleções
de barras - vermelha para os números positivos e preta para os números
negativos.No entanto, não aceitavam a ideia de um número negativo poder ser
solução de uma equação. Os Matemáticos indianos descobriram os números negativos
quando tentavam formular um algoritmo para a resolução de equações quadráticas.
São exemplo disso as contribuições de Brahomagupta, pois a aritmética
sistematizada dos números negativos encontra-se pela primeira vez na sua obra.
As regras sobre grandezas eram já conhecidas através dos teoremas gregos sobre
subtracção, como por exemplo (a -b)(c -d) = ac +bd -ad -bc, mas os hindus
converteram-nas em regras numéricas
sobre números negativos e positivos.
sobre números negativos e positivos.
Diofanto (Séc. III) operou facilmente com os números negativos. Eles apareciam
constantemente em cálculos intermédios em muitos problemas do seu
"Aritmetika", no entanto havia certos problemas para o qual as
soluções eram valores inteiros negativos como por exemplo:
4
= 4x +20
3x -18 = 5x^2
3x -18 = 5x^2
Nestas situações Diofanto limitava-se a classificar o problema de absurdo. Nos
séculos XVI e XVII, muitos matemáticos europeus não apreciavam os números
negativos e, se esses números apareciam nos seus cálculos, eles
consideravam-nos falsos ou impossíveis. Exemplo deste facto seria Michael
Stifel (1487- 1567) que se recusou a admitir números negativos como raízes de
uma equação, chamando-lhes de "numeri absurdi. Cardano usou os
números negativos embora chamando-os de "numeri ficti". A situação
mudou a partir do (Séc.XVIII) quando foi descoberta uma interpretação
geométrica dos números positivos e negativos como sendo segmentos de direções
opostas.
Demonstração da regra dos sinais (segundo Euler)
Euler,
um virtuoso do cálculo como se constata nos seus artigos científicos pela
maneira audaz como manejava os números relativos e sem levantar questões quanto
à legitimidade das suas construções forneceu uma explicação ou justificação
para a regra os sinais. Consideremos os seus argumentos:
1- A multiplicação de uma dívida por um número positivo não oferece
dificuldade, pois 3 dívidas de a escudos é uma dívida de 3a escudos, logo
(b).(-a) = -ab.
Destes dois argumentos conclui que o produto de uma quantidade positiva por uma quantidade negativa e vice-versa é uma quantidade negativa.
3- Resta determinar qual o produto de (-a) por (-b). É evidente diz Euler que o
valor absoluto é ab. É pois então necessário decidir-se entre ab ou -ab. Mas
como (-a) ´ b é -ab, só resta como única possibilidade que (-a).(-b) =
+ab.
É
claro que este tipo de argumentação vem demonstrar que qualquer
"espírito" mais zeloso, como Stendhal, não pode ficar satisfeito,
pois principalmente o terceiro argumento de Euler não consegue provar ou mesmo
justificar coerentemente que - por - = +. No fundo, este tipo de argumentação
denota que Euler não tinha ainda conhecimentos suficientes para justificar
estes resultados aceitalvelmente. Na mesma obra de Euler podemos verificar que
ele entende os números negativos como sendo apenas uma quantidade que se pode
representar por uma letra precedida do sinal - (menos). Euler não compreende
ainda que os números negativos são quantidades menores que zero. A invenção do zero foi uma das maiores aventuras intelectuais da humanidade - e não só para a Matemática

Pode soar como exagero atribuir tal importância a
um número aparentemente inócuo. Às vezes, você até esquece que ele existe.
Quem se preocupa em anotar que voltou da feira com zero laranjas? Ou que
comprou ração para seus zero cachorrinhos? Só fica preocupado quando descobre
um zero na conta bancária. Mesmo assim, logo que chega o pagamento seguinte,
não sobra nem lembrança daquele número gorducho.
O símbolo “0” e o nome zero estão relacionados à idéia de
nenhum, não-existente, nulo. Seu conceito foi pouco estudado ao longo dos
séculos. Hoje, mal desperta alguma curiosidade, apesar de ser absolutamente
instigante. “O ponto principal é o fato de o zero ser e não ser. Ao mesmo
tempo indicar o nada e trazer embutido em si algum conteúdo”, diz o astrônomo
Walter Maciel, professor da Universidade de São Paulo. Se essa dialética parece
complicada para você, cidadão do século XXI, imagine para as tribos primitivas
que viveram muitos séculos antes de Cristo.
A cultura indiana antiga já trazia uma noção de
vazio bem antes do conceito matemático de zero. “Num dicionário de sânscrito,
você encontra uma explicação bastante detalhada sobre o termo indiano para o
zero, que é shúnya”, afirma o físico Roberto de Andrade Martins, do Grupo
de História
e Teoria da Ciência da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Como
adjetivo, shúnya significa vazio, deserto, estéril. Aplica-se a uma pessoa
solitária, sem amigos; a um indivíduo indiferente ou insensível. O termo
descreve um sentimento de ausência, a falta de algo, uma ação sem resultados.
Como substantivo, shúnya refere-se ao nada, ao vácuo, à inexistência. A partir
do século VIII d.C., os árabes levaram para a Europa, junto com os outros
algarismos, tanto o símbolo que os indianos haviam criado para o zero quanto a
própria idéia de vazio, nulo, não-existente. E difundiram o termo shúnya – que,
em árabe, se tornou shifr e foi latinizado para zephirum, depois zéfiro, zefro
e, por fim, zero.

E os geniais gregos, o que pensavam a respeito do
zero? Nada. Apesar dos avanços na geometria e na lógica, os gregos jamais
conceberam uma representação do vazio, que, para eles, era um conceito
até mesmo antiestético. Não fazia sentido existir vazio num mundo tão bem
organizado e lógico – seria o caos, um fator de desordem. (Os filósofos
pré-socráticos levaram em conta o conceito de vazio entre as partículas, mas a
idéia não vingou.) Aristóteles chegou a dizer que a natureza tinha horror ao
vácuo.
“Conceber o conceito do zero exigiu uma abstração
muito grande”, diz o historiador da matemática
Ubiratan D’Ambrosio, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC).
Quando o homem aprendeu a calcular, há cerca de 5 000 anos, fazia associações
simples a partir de situações concretas: para cada ovelha, uma pedrinha. Duas
ovelhas, duas pedrinhas e assim por diante. “Se sobrassem pedras, o pastor
sabia que provavelmente alguma ovelha tinha sido atacada por um lobo ou se
desgarrado das demais”, diz o matemático Irineu Bicudo, da Universidade Estadual
Paulista (Unesp), em Rio Claro. O passo seguinte foi representar graficamente
esses números com símbolos e fazer contas com eles.
Os babilônios, que viveram na Mesopotâmia (onde
hoje é o Iraque) por volta do ano 2500 a.C., foram os primeiros a chegar a uma
noção de zero. Pioneiros na arte de calcular, criaram o que hoje se chama de
“sistema de numeração posicional”. Apesar do nome comprido, a idéia
é simples. “Nesse sistema, os algarismos têm valor pela posição que
ocupam”, explica Irineu. Trata-se do sistema que utilizamos atualmente. Veja o
número 222 – o valor do 2 depende da posição em que ele se encontra: o primeiro
vale 200, o segundo 20 e o terceiro 2. Outros povos antigos, como os egípcios e
os gregos, não usavam esse sistema – continuavam a atribuir a cada número um
sinal diferente, fechando os olhos para a possibilidade matemática
do zero.
O sistema posicional facilitou, e muito, os
cálculos dos babilônios. Contudo, era comum que muitas contas resultassem em
números que apresentavam uma posição vazia, como o nosso 401. (Note que, depois
do 4, não há número na casa das dezenas. Se você não indicasse essa ausência
com o zero, o 401 se tornaria 41, causando enorme confusão.) O que, então, os
babilônios fizeram? Como ainda não tinham o zero, deixaram um espaço vazio
separando os números, a fim de indicar que naquela coluna do meio não havia
nenhum algarismo (era como se escrevêssemos 4_1). O palco para a estréia do
zero estava pronto. Com o tempo, para evitar qualquer confusão na hora de
copiar os números de uma tábua de barro para outra, os babilônios passaram a
separar os números com alguns sinais específicos. “Os babilônios tentaram
representar graficamente o nada, mostrando o abstrato de uma forma concreta”,
diz Ubiratan.
Perceba como um problema prático – a necessidade
de separar números e apontar colunas vazias – levou a uma tentativa de
sinalizar o não-existente. “Trata-se de uma abstração bastante sofisticada
representar a inexistência de medida, o vazio enquanto número, ou seja, o
zero”, diz a historiadora da ciência
Ana Maria Alfonso Goldfarb, da PUC. “Temos apenas projeções culturais a
respeito do que é abstrato”, afirma Leandro Karnal. Na tentativa de tornar
concreta uma situação imaginária, cada povo busca as referências que tem à mão.
Veja o caso dos chineses: eles representavam o zero com um caractere chamado
ling, que significava “aquilo que ficou para trás”, como os pingos de chuva
depois de uma tempestade. Trata-se de um exercício tremendo de abstração. Você
já parou para pensar como, pessoalmente, encara o vazio?
Apesar de ser atraente, o zero não foi recebido
de braços abertos pela Europa, quando apareceu por lá, levado pelos árabes.
“É surpreendente ver quanta resistência a noção de zero encontrou: o medo
do novo e do desconhecido, superstições sobre o nada relacionadas ao diabo, uma
relutância em pensar”, diz o matemático americano Robert Kaplan, autor do livro
The Nothing That Is (O Nada que Existe, recém-lançado no Brasil) e orientador
de um grupo de estudos sobre a matemática
na Universidade Harvard. O receio diante do zero vem desde a Idade Média. Os
povos medievais o ignoravam solenemente. “Com o zero, qualquer um poderia fazer
contas”, diz Ana Maria. “Os matemáticos da época achavam que popularizar o cálculo
era o mesmo que jogar pérolas aos porcos.” Seria uma revolução.
Por isso, Kaplan considera o zero um número
subversivo. “Ele nos obriga a repensar tudo o que alguma vez já demos por
certo: da divisão aritmética à natureza de movimento, do cálculo
à possibilidade de algo surgir do nada”, afirma. Tornou-se fundamental para a ciência,
da computação à astronomia, da química à física. “O cálculo
integral e diferencial, desenvolvido por Newton e Leibniz, seria inviável sem o
zero”, diz Walter Maciel. Nesse tipo de cálculo,
para determinar a velocidade instantânea de um carro, por exemplo, você deve
levar em conta um intervalo de tempo infinitamente curto, que tende a zero.
(É estranho calcular quanto o carro se deslocou em “zero segundos”, mas
é assim que funciona.) “O cálculo
integral está na base de tudo o que a ciência
construiu nos últimos 200 anos”, diz Maciel.
Ainda hoje o conceito de zero segue revirando
nossas idéias. Falta muito para entendermos a complexidade desse número. Para o
Ocidente, o zero continua a ser uma mera abstração. Segundo Eduardo Basto de
Albuquerque, professor de história
das religiões da Unesp, em Assis, o pensamento filosófico ocidental trabalha
com dois grandes paradigmas que não comportam um vazio cheio de sentido, como o
indiano: o aristotélico (o mundo é o que vemos e tocamos com nossos
sentidos) e o platônico (o mundo é um reflexo de essências imutáveis e
eternas, que não podemos atingir pelos sentidos e sim pela imaginação e pelo
conhecimento). “O Ocidente pensa o nada em oposição à existência de Deus: se
não há Deus, então é o nada”, diz Eduardo. Ora, mesmo na ausência, poderia
haver a presença de Deus. E o vazio pode ser uma realidade. É só pensar na
teoria atômica, desenvolvida no século XX: o mundo é formado por
partículas diminutas que precisam de um vazio entre elas para se mover.
Talvez o zero assuste porque carrega com ele um
outro paradigma: o de um nada que existe efetivamente.
Na matemática,
por mais que pareça limitado a um ou dois papéis, a função do zero também
é “especial” – como ele mesmo faz questão de mostrar – porque, desde o
primeiro momento, rebelou-se contra as regras que todo número precisa seguir. O
zero viabilizou a subtração de um número natural por ele mesmo (1 – 1 = 0).
Multiplicado por um algarismo à escolha do freguês, não deixa de ser zero (0 x
4 = 0). Pode ser dividido por qualquer um dos colegas (0 ÷ 3 = 0), que não muda
seu jeitão. Mas não deixa nenhum número – por mais pomposo que se julgue – ser
dividido por ele, zero. Tem ainda outros truques. Você pensa que ele
é inútil? “Experimente colocar alguns gêmeos meus à direita no valor de um
cheque para você ver a diferença”, diz o zero. No entanto, mesmo que todos os
zeros do universo se acomodem no lado esquerdo de um outro algarismo nada muda.
Daí a expressão “zero à esquerda”, que provém da matemática
e indica nulidade ou insignificância.
Mas o zero – como você pôde ver – decididamente
não é um zero à esquerda. “Foi uma surpresa constatar como é central
a idéia de zero: o nada que gera tudo”, diz Kaplan. E mais: há quem diga que o
zero é parente do infinito, outra abstração que mudou as bases do
pensamento científico, religioso e filosófico. “Eles são equivalentes e
opostos, yin e yang”, escreve o jornalista americano Charles Seife, autor de
Zero: The Biography of a Dangerous Idea (Zero: A Biografia de uma Idéia Perigosa),
lançado no ano passado nos Estados Unidos. O epíteto atribuído ao zero no
título – idéia perigosa – não está ali por acaso. “Apesar da rejeição e do
exílio, o zero sempre derrotou aqueles que se opuseram a ele”, afirma Seife. “A
humanidade nunca conseguiu encaixar o zero em suas filosofias. Em vez disso, o
zero moldou a nossa visão sobre o universo – e também sobre Deus.” E
influenciou, sorrateiramente, a própria filosofia. De fato, trata-se de um
perigo.
por Maria Fernanda Vomero
Para saber mais
Os babilônios tinham vários símbolos para
o zero, como estas duplas de triângulos
Os babilônios também usavam o símbolo ao
lado, formado por dois sinais, para separar algarismos
Criativos, os maias davam ao zero vários
ícones, como esta elipse
O símbolo maia mais famoso para o zero era
a elipse com forma de olho
No calendário, os maias usavam este desenho
para representar o zero
Num antigo tabuleiro de calcular, de origem
desconhecida, este era o símbolo para o zero
Dos indianos até os árabes, a forma do
zero mudou de um ponto para um círculo
O conjunto vazio, representado por chaves
ou parênteses, é um modo de indicar o zero
A ORIGEM DO ZERO
Embora a grande invenção prática do zero seja atribuída aos
hindus, desenvolvimentos parciais ou limitados do conceito de zero são
evidentes em vários outros sistemas de numeração pelo menos tão antigos quanto
o sistema hindu, se não mais. Porém o efeito real de qualquer um desses passos
mais antigos sobre o desenvolvimento pleno do conceito de zero - se é que de
fato tiveram algum efeito - não está claro.
O sistema sexagesimal babilônico usado nos textos matemáticos e astronômicos era essencialmente um sistema posicional, ainda que o conceito de zero não estivesse plenamente desenvolvido. Muitas das tábuas babilônicas indicam apenas um espaço entre grupos de símbolos quando uma potência particular de 60 não era necessária, de maneira que as potências exatas de 60 envolvidas devem ser determinadas, em parte, pelo contexto. Nas tábuas babilônicas mais tardias (aquelas dos últimos três séculos a.C.) usava-se um símbolo para indicar uma potência ausente, mas isto só ocorria no interior de um grupo numérico e não no final. Quando os gregos prosseguiram o desenvolvimento de tabelas astronômicas, escolheram explicitamente o sistema sexagesimal babilônico para expressar suas frações, e não o sistema egípcio de frações unitárias. A subdivisão repetida de uma parte em 60 partes menores precisava que às vezes “nem uma parte” de uma unidade fosse envolvida, de modo que as tabelas de Ptolomeu no Almagesto (c.150 d.C.) incluem o símbolo
ou 0 para indicar isto. Bem mais tarde,
aproximadamente no ano 500, textos gregos usavam o ômicron, que é a primeira
letra palavra grega oudem (“nada”). Anteriormente, o ômicron, restringia
a representar o número 70, seu valor no arranjo alfabético regular.
O sistema sexagesimal babilônico usado nos textos matemáticos e astronômicos era essencialmente um sistema posicional, ainda que o conceito de zero não estivesse plenamente desenvolvido. Muitas das tábuas babilônicas indicam apenas um espaço entre grupos de símbolos quando uma potência particular de 60 não era necessária, de maneira que as potências exatas de 60 envolvidas devem ser determinadas, em parte, pelo contexto. Nas tábuas babilônicas mais tardias (aquelas dos últimos três séculos a.C.) usava-se um símbolo para indicar uma potência ausente, mas isto só ocorria no interior de um grupo numérico e não no final. Quando os gregos prosseguiram o desenvolvimento de tabelas astronômicas, escolheram explicitamente o sistema sexagesimal babilônico para expressar suas frações, e não o sistema egípcio de frações unitárias. A subdivisão repetida de uma parte em 60 partes menores precisava que às vezes “nem uma parte” de uma unidade fosse envolvida, de modo que as tabelas de Ptolomeu no Almagesto (c.150 d.C.) incluem o símbolo

Talvez o uso sistemático mais antigo de um símbolo para zero
num sistema de valor relativo se encontre na matemática dos maias das Américas
Central e do Sul. O símbolo maia do zero era usado para indicar a ausência de
quaisquer unidades das várias ordens do sistema de base vinte modificado. Esse
sistema era muito mais usado, provavelmente, para registrar o tempo em
calendários do que para propósitos computacionais.
É possível que o mais antigo símbolo hindu para zero tenha
sido o ponto negrito, que aparece no manuscrito Bakhshali, cujo conteúdo talvez
remonte do século III ou IV d.C., embora alguns historiadores o localize até no
século XII. Qualquer associação do pequeno círculo dos hindus, mais comuns, com
o símbolo usado pelos gregos seria apenas uma conjectura.
O NÚMERO Pi
O que é o Pi?
A
relação que existe entre o perímetro de uma circunferência e o seu diâmetro é
uma das grandes constantes universais conhecidas pelo homem, a que se deu o
nome de Pi. Isto quer dizer que se pudéssemos ter uma circunferência de um
metro de diâmetro construída com um fio, cortássemos o fio e o estendêssemos
no chão para formar um segmento, este teria um comprimento exactamente igual
ao valor de Pi (3,14…).
Um pouco de história…
A primeira referência ao valor de pi aparece na Bíblia:
"Fez logo um mar de metal fundido, de dez cotovelos de ponta a pontaos,
de uma borda até à outra borda, redondo ao redor, e de cinco côvados ao alto;
e um cordão de trinta côvados o cingia, em redor." Aqui, o valor de p é
3, bastante inexacto.
Desde sempre, este número mágico despertou a atenção dos estudiosos. Os historiadores calculam que, desde 2000 a.C., os homens têm consciência de que a razão entre a circunferência e o seu diâmetro é igual para todos os círculos. A primeira utilização de um símbolo para representar a razão entre o perímetro de um círculo e o seu diâmetro remonta a 1689, quando J. Cristoph Sturm, no seu livro Mathesis enucleata, utilizou para isso a letra e. Foi William Jones, em 1706, que utilizou a letra grega. Mas porque escolheu esta letra? O motivo era que a letra p, primeira letra da palavra grega perimetron (perímetro), correspondia à letra no alfabeto grego.
Curiosidade
Escolha
uma sequência de algarismos, um número que lhe seja familiar (número de
telefone, o número do seu bilhete de identidade…).
Experimente
procurar a sequência que escolheu no número, para tal consulte a página:
A
procura é feita pelo computador nos primeiros algarismos do Pi
e, aí, existe uma forte probabilidade de encontrar o número que escolheu, se
este não tiver mais que nove algarismos.
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terça-feira, 30 de outubro de 2012
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